Seminário encerra campanha de combate ao abuso infantil
NotíciaEvento realizado na Câmara de Mogi reuniu diversas autoridades para mobilizar ações em defesa dos menores
Datas comemorativas muitas vezes relembram um fato bom na vida das pessoas, no entanto, também servem para rememorar, ou seja, informando, mobilizando e prevenindo. Esses foram alguns dos aspectos citados ontem pela coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Adriana Souza Melo Franciulli, durante o seminário Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, ocorrido na Câmara de Mogi das Cruzes.
O evento reuniu diversas autoridades, como a secretária de Assistência Social, Neusa Marialva, o vice-prefeito Juliano Abe (MDB), o delegado da Delegacia de Homicídios de Mogi, Rubens José Angelo, e o vereador Edson Santos (PSD), um dos idealizadores da campanha, juntamente com o vereador Claudio Miyake (PSDB), além de marcar o fechamento da campanha.
Dados do Disque 100 – veículo de denúncia dos casos -, divulgados pela coordenadora do Creas, revelam que em 2018, 70% dos crimes de violação de direitos das crianças e adolescentes foram praticados por parentes. Apenas 16% dos crimes foram praticados por desconhecidos. “É importante ter serviços que atendam essa demanda de crimes praticados por parentes e divulgação para que as crianças confiem nos educadores e falem dos abusos”, destacou Adriana.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Luana Corrêa Guimarães, e a representante do Comitê Municipal de Prevenção e Combate à Violência Doméstica, Tereza Nihei, também palestraram no evento.
Em 1990, as crianças passaram a ser consideradas seres humanos em desenvolvimento com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Já o dia 18 de maio foi escolhido para marcar a data da luta contra o abuso sexual infantil por conta de um estupro que aconteceu em Mogi das Cruzes.
“Justamente pela campanha e envolvimento do Poder Público, assistência social e entidades que se uniram para divulgar a campanha que o tema avançou na cidade. A lei foi criada na câmara, mas a luta é diária, não podemos pensar no assunto somente nessa campanha”, justificou o vereador Edson Santos (PSD).
Durante a semana, a mobilização das ações no município foram intensas em diversas localidades. A secretária de Assistência Social, Neusa Marialva, destacou os principais eventos e a importância de se falar do assunto. “Houve uma mobilização muito grande em todos os territórios da cidade, temos registros na Vila Nova União, no Piatã, na área central, ou seja, foram vários pontos que receberam eventos alusivos à campanha. Acho que tudo isso desperta, sensibiliza e mobiliza a sociedade. Todos precisam se envolver e agir”, finalizou.
Ocorrências têm queda
O Comitê Municipal de Prevenção e Combate às Violências Domésticas divulgou durante o seminário Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes dados significativos sobre o tema para Mogi das Cruzes. Conforme o Grupo Mogi News de Comunicação já havia divulgado, os números gerais da violência contra crianças e jovens se mantiveram estáveis entre os anos de 2017 e 2018, porém, apresentou uma pequena queda. Lembrando que, os números não são reais, visto que, há casos ocorridos que não foram registrados, pois o Poder Público não teve conhecimento.
Para se ter uma ideia, de janeiro a novembro de 2018 foram contabilizados 1.856 casos de violência na cidade, já em 2017, foram registradas 1.863 ocorrências. A faixa etária de crianças e adolescentes que mais sofreu com qualquer tipo de violência foi entre os 14 anos e 18 anos, com 195 ocorrências de janeiro a novembro de 2018. Em relação à violência sexual, o público que mais soma ocorrências é entre 5 e 8 anos, com 29 casos em 2018; sendo um total de 99 casos entre as outras idades. Em 2017, os números mais altos foram entre crianças de 12 a 18 anos (57 casos), e um total de 185 ocorrências no total em Mogi. (L.P.)