Entre mortos e feridos

Artigos | 30 de outubro de 2018

Foi um embate sanguinário para a presidência da república, e assim também o foi para o Palácio dos Bandeirantes, seguido por um roteiro virulento, com trocas de acusações, farpas, ilações, alimentando a enorme boca, ávida por intrigas, das redes sociais e whatsapp, responsáveis por potencializarem o enredo do bem contra o mal, o que aliás, merece um capítulo à parte. Mas entre mortos e feridos nessas eleições a pergunta que se faz é sobre o prognóstico do país e do Estado de São Paulo. Afinal o que esperar disso tudo?

Bolsonaro, agora presidente eleito, não fez menção contundente ou sinalização de levantar a bandeira branca de paz, pelo contrário, continua firme em seus propósitos em atacar o que ele denomina de socialismo e comunismo, ao menos é o que se depreende nas declarações de Youtube. Aliás, a tônica das justificativas de uma eventual estagnação política e econômica do país já está escorada nesses pilares. E por outro lado a dita esquerda representada pelo PT, também deu mostras claras que o pensamento belicoso continuará a permear as relações políticas. O PT elegeu a maior bancada da Câmara Federal, e tem histórico, experiência, conhecimento, sobre como operar uma oposição eficiente, mas por vezes nem tão republicana.

No maior Estado da Federação, a campanha foi igualmente cruel aos eleitores que tanto esperavam por propostas e por um debate nem tão partidário. A campanha foi personificada, numa disputa por caráter e não propostas. Ficaram as mágoas e assim como no plano nacional, profundas cicatrizes entre os postulantes não devem sarar tão depressa.

As eleições mostraram que: o eleitor ainda é apaixonado pela figura pessoal do candidato e repulsa o emaranhado partidário, aliás, talvez, nem entenda bem o funcionamento da máquina eleitoral; o eleitor foi bombardeado por informações escusas, fake news, embora segundo pesquisas de opinião, não reconheça a sua relevância para a definição do voto; a direita passou a ser representada por uma nova legenda e os partidos de centro não tiveram o desempenho de outras eleições, mas continuam fortalecidos no Congresso Nacional.

E no âmbito local, o que esperar?

Atribuo ao Prefeito Marcus Melo o maior vencedor nestas eleições na cidade de Mogi das Cruzes. Declarou apoio a 4 candidatos à Assembleia Legislativa, e elegeu 2. Também trabalhou fervorosamente para um candidato ao Congresso Nacional. Mogi também deu bons votos à uma Senadora eleita. Elegeu o governador de seu partido, e talvez não o presidente dos seus sonhos, assim como para uma boa parte dos brasileiros, mas o Bolsodória funcionou. Enfim, o Prefeito Marcus Melo além de gestor competente, vem se mostrando um político habilidoso e preparado para o cargo assumido, e certamente, para alçar voos mais altos. A cidade estará bem representada e amparada. Vamos trabalhar!

Juliano Abe, vice-prefeito de Mogi das Cruzes, é advogado pós-graduado em Direito Ambiental pela USP e consultor em meio ambiente com especialização em Gestão Ambiental e Sistemas de Gestão Integrada