Juliano Abe quer acelerar Parque Várzeas do Tietê

25 de maio de 2017

Vice-prefeito ofereceu ao Daee parceria da Prefeitura na cessão para o Estado de áreas públicas às margens do Rio, visando priorizar Mogi na implantação do parque  

Com o objetivo de priorizar Mogi das Cruzes na implantação do Parque Várzeas do Tietê, o vice-prefeito Juliano Abe manifestou a disposição da Prefeitura de ceder ao governo do Estado as áreas públicas do patrimônio municipal, localizadas às margens do Rio Tietê e de interesse para o empreendimento. A proposta será objeto de estudo no Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).

“A ideia teve boa receptividade e acredito que as chances de acolhida são boas, porque a medida desoneraria o Estado dos custos com a desapropriação de áreas ribeirinhas que consome grande volume de recursos e retarda o andamento das obras”, informou Juliano, ao relatar que tratou do assunto a pedido do prefeito Marcus Melo.

O vice-prefeito vem desenvolvendo uma série de trabalhos direcionados à captação de investimentos na Cidade. No caso do Parque Várzeas do Tietê, os benefícios para a população extrapolam e muito a oferta gratuita de lazer, recreação e práticas esportivas. “O projeto também contempla os pontos abrangidos com saneamento básico, como a despoluição dos cursos d’água, obras de macrodrenagem para combate às enchentes, e a reordenação da ocupação das margens, como o reassentamento involuntário a fim de que moradores de locais impróprios sejam transferidos para habitações populares, além da recuperação e preservação ambiental”, explicou.

Com 75 quilômetros de extensão e 107 quilômetros quadrados (km²) de área, o Várzeas do Tietê será o maior parque linear do mundo. Implantado ao longo do Rio Tietê, unirá o Parque Ecológico do Tietê, no bairro paulistano da Penha, ao Parque Nascentes do Tietê, em Salesópolis. Foi projetado em 2010 com investimento previsto de R$ 1,7 bilhão até 2022 e desenvolvimento em três etapas. “Seria um avanço extraordinário conseguirmos priorizar Mogi, que só começaria a receber as obras daqui a dois anos e teria o parque até 2022”, observou Juliano.

A primeira fase compreende um trecho de 25 quilômetros entre o Parque Ecológico do Tietê, na Capital, e a divisa de Itaquaquecetuba, em Guarulhos. Começou em 2011 e deverá ser concluída até julho de 2018. A segunda tem 11,3 quilômetros e abrange a várzea do Rio em Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, com previsão de término em 2019. Mogi só entraria na terceira etapa, quando o projeto abarcasse os 38,7 quilômetros, de Suzano até a nascente do Tietê, em Salesópolis, a serem concluídos em 2022.

Juliano reuniu-se, nesta semana (22/05/17), com a coordenadora da Unidade de Gestão de Projetos (UGP) – Várzeas, Marta Maria Alcione Pereira, para detalhar a ideia de priorização da Cidade e mostrar exemplos de terrenos públicos propícios para o trecho do parque no território mogiano. Segundo ele, são áreas de recomposição florestal, como a do antigo Lixão da Volta Fria, a das imediações da Avenida Antônio de Almeida, no Rodeio, e as porções no entorno dos principais afluentes do Tietê, como o Rio Jundiaí, entre outras.

De acordo com a coordenadora, a eventual antecipação das obras do parque em Mogi depende de recursos financeiros e aprovação superior. “Mas, a disposição de parceria é ótima! Trabalhando junto, tudo é mais fácil”, avaliou. Havendo viabilidade financeira, completou Juliano, bastaria um plano de trabalho que previsse a execução dos trabalhos em Mogi de modo simultâneo às ações do segundo estágio do empreendimento – seja ele a partir de Itaquaquecetuba ou de Salesópolis.

Para viabilizar o Parque Várzeas do Tietê, o governo paulista conta com empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e precisa ter disponibilidade de caixa para a contrapartida financeira. A primeira fase representa investimento da ordem de US$ 199,78 milhões, sendo US$ 115,7 milhões provenientes do BID e o restante do Estado.  As demais etapas do empreendimento também deverão ser desenvolvidas em parceria com o BID.

Parque em números

O Parque Várzeas do Tietê tem como objetivos principais recuperar e proteger a função das várzeas do Rio, além de funcionar como um regulador de enchentes, salvando vidas e o patrimônio das pessoas. Contempla uma gigantesca área de lazer para a população:

  • 33 núcleos de lazer, esportes e cultura
  • 77 campos de futebol
  • 129 quadras poliesportivas
  • 7 polos de turismo
  • ciclovia com 230 quilômetros de extensão
  • recomposição de mata ciliar, equivalente a 360 campos de futebol
  • construção de 230 quilômetros de Via Parque para acesso de carro a todos os núcleos
  • passeios arborizados
  • controle de enchentes, beneficiando toda a população ao longo das marginais do Tietê
  • reordenação da ocupação das margens
  • recuperação e preservação do meio ambiente
  • despoluição de córregos
  • redução de 3,8 milhões de metros cúbicos (m³) em perdas de água
  • manutenção e preservação das várzeas do Tietê
  • 3 milhões de pessoas diretamente envolvidas